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Tênis 13/09/2014

Brasil x Espanha não é exclusividade de paulistas: turistas vão ao Ibirapuera

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Torcida vibra com Thomaz Bellucci (Leandro Martins)

Torcida vibra com Thomaz Bellucci (Leandro Martins)

O confronto Brasil x Espanha da Copa Davis reúne apreciadores do tênis de várias partes do país no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Não é preciso se esforçar para ouvir sotaques diferentes.

A reportagem do Esportividade entrevistou no primeiro dia de jogos, sexta-feira, 12 de setembro, cinco pessoas, e todas elas eram turistas na capital paulista. Apesar de terem se frustrado na partida inaugural do evento, em que Rogério Dutra Silva não teve chance alguma contra Roberto Bautista Agut, os torcedores puderam acompanhar uma grande virada de Thomaz Bellucci para cima de Pablo Andujar e finalmente vibrar mais intensamente após 4h02min.

Os espectadores mostraram ter bastante conhecimento sobre tênis. Peterson Pereira, servidor público em Brasília, recordou-se de uma partida da qual nem sequer o próprio Thomaz Bellucci havia se lembrado no dia anterior, uma em entrevista coletiva. “Agut é um baita jogador. Vi o jogo dele contra o Bellucci no US Open de 2013 e, partir dessa vitória dele, ele veio em uma ascensão”, disse. Peterson foi com filhos – um menino de dez e uma menina de sete anos – ao Ibirapuera, onde se sentou ao lado do amigo Horacio Perez, médico em Florianópolis, que estava lá com sua filha de sete anos.

Guga assiste a Brasil x Espanha da Copa Davis em SP (Cristiano Andujar)

Guga assiste a Brasil x Espanha da Copa Davis em SP (Cristiano Andujar)

Também de Florianópolis, Adriano Medeiros negou ter se decepcionado ou alegrado quando soube que dois dos cinco melhores jogadores do mundo, Rafael Nadal e David Ferrer, não viriam ao Brasil: “Viemos para prestigiar o tênis brasileiro”. O advogado ressaltou sua admiração por Gustavo Kuerten, que também assistiu aos jogos no Ibirapuera. “Mesmo quando ele estava no auge, não deixou Florianópolis. Sempre demonstrou um amor e um carinho imensos pela cidade. Só podemos ter orgulho de um autêntico manezinho que se destacou como primeiro do mundo. Tive oportunidade de vê-lo em uma Davis lá em Floripa”, afirmou.

Torcedores da Espanha também marcam presença (Cristiano Andujar)

Torcedores da Espanha também marcam presença (Cristiano Andujar)

O estudante de engenharia Victor Skinner, de Pindamonhangaba, interior paulista, admitiu ter tido motivação para ir ao evento quando ainda se falava na participação de Nadal. “Antes viríamos para assistir ao Nadal jogar. Hoje viemos para torcer pelo Brasil, e o confronto ficou mais justo. Com o Nadal ou o Ferrer presentes ficaria muito desigual. O Brasil entraria em quadra para ver de quanto perderia”, afirmou ele. Victor não descarta um melhor jogo de Rogerinho no domingo, quando enfrenta Andujar. “O capitão da Davis sabe o que faz: convocou o Rogerinho porque ele foi muito bem em outro confronto, correspondeu bem às expectativas, joga muito bem com torcida a favor, mas hoje enfrentou um cara muito mais bem posicionado que ele no ranking. Não teve condição de jogo. Mas, jogando contra o outro tenista, talvez o confronto fique mais enrolado e ele consiga fazer com que a torcida esteja com ele.”

Ginásio do Ibirapuera durante sexta-feira de Brasil x Espanha (Marcello Zambrana)

Ginásio do Ibirapuera durante sexta-feira de Brasil x Espanha (Marcello Zambrana)

Maria Cristina Moreira, 17 anos, saiu de Porto Alegre e foi para São Paulo a fim de assistir pela quarta vez a um confronto de Copa Davis. “Fui a São José do Rio Preto [interior paulista], Porto Alegre [RS] e Florianópolis [SC]”, disse a estudante de relações internacionais, que ressaltou que era “bem pequena” quando viu os jogos em Santa Catarina. “Não ver o Nadal é chato, ainda mais pelo fato de ser o segundo torneio do ano em que teríamos possibilidade de vê-lo.” Ela foi ao ATP 250 de Buenos Aires, na Argentina, em fevereiro deste ano, mas o espanhol não pôde competir lá por ter ficado doente.

Thomaz Bellucci disputa Copa Davis (Cristiano Andujar)

Thomaz Bellucci disputa Copa Davis (Cristiano Andujar)

O agrônomo Lucas Prudente, de Uberlândia (Minas Gerais), afirmou que até gostaria de ter comprado um ingresso mais caro, mas os custos da viagem o impossibilitaram disso. “Geralmente os preços para jogos de tênis são esses. Mas poderiam ser mais baixos. O valor das cadeiras do setor inferior já supera o que podemos gastar, uma vez que pagamos avião etc”, disse. No segundo lote, os ingressos que dão direito a assentos inferiores custavam R$ 780 para os três dias; os que são para cadeiras superiores saíam por R$ 325.

Os torcedores em diversos momentos não contaram com o placar, dois telões ao fundo da quadra, para se orientarem, pois o equipamento apresentou uma série de problemas na sexta-feira e ficou bastante em “modo neutro”, com as bandeiras dos países e não com os números do jogo em andamento.

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