São Paulo - região metropolitana

Obras são previstas para facilitar o trânsito na região do Allianz Parque

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Avenida Francisco Matarazzo, com estacionamento do Allianz Parque à dir.

Avenida Francisco Matarazzo, com estacionamento do Allianz Parque à dir.

A região do antigo Parque Antarctica, na zona oeste de São Paulo, ganha nova cara desde o fim da década passada. Em 2008, foi inaugurado o Bourbon Shopping, um centro de compras com mais 210 lojas, teatro para quase 1.500 espectadores e mais de 3 mil vagas no estacionamento. Está em fase de construção na avenida Francisco Matarazzo o residencial Casa das Caldeiras, cujo total de apartamentos é 384 – um de 128 m² custa mais de R$ 1 milhão. Tem inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2014 o Allianz Parque, novo estádio palmeirense com 45 mil assentos cobertos e que em dias de grandes shows poderá receber até 55 mil espectadores.

Com tantas novidades na região, o que aconteceria naturalmente seria uma piora do trânsito. Mas a WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque, executará obras para que haja melhor fluidez do tráfego. A empresa participa de reuniões com a Subprefeitura da Lapa, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e a CET para decidirem, em conjunto, “a melhor maneira de executar obras de contrapartida no entorno do Allianz Parque e minimizar os impactos ambientais e de mobilidade na avenida Francisco Matarazzo e na vizinhança do estádio”, segundo ela.

A empresa entende que a decisão final sobre obras de contrapartida compete aos órgãos públicos e informa que cumprirá as determinações que lhe forem exigidas.

Novos edifícios na avenida Francisco Matarazzo

Novos edifícios na avenida Francisco Matarazzo (Andrei Spinassé/Esportividade)

Contatada pelo Esportividade, a Companhia de Engenharia de Tráfego diz que uma das ações exigidas é o rebalizamento da Francisco Matarazzo, entre a avenida Pompeia e a rua Padre Antônio Tomás, no sentido centro, para adicionar uma faixa de rolamento, completando quatro faixas, após o corte do canteiro central e a reconstrução da faixa exclusiva e da parada de ônibus.

O órgão prevê também a implantação de sinalização horizontal e vertical, semáforos, câmeras de monitoramento de trânsito, readequação geométrica de vias e iluminação de faixas de travessia de pedestres.

Questionada sobre quando a WTorre precisa entregar as obras de contrapartida, a CET respondeu, via assessoria, que o empreendedor não tem um prazo. Mas a construtora só consegue o documento de Aceite da obra se cumprir as especificações da Certidão de Diretrizes. A CET supervisiona tecnicamente o cumprimento da CD quanto às melhorias viárias nela fixadas; acompanha as etapas de elaboração e aprovação dos projetos executivos, de execução de obras civis, de fornecimento de equipamentos e de implantação dos dispositivos de sinalização viária. Após a constatação e verificação in loco do cumprimento das melhorias viárias fixadas, a CET encaminha relatório técnico para o Departamento de Operações do Sistema Viário – DSV, que emite o Termo de Recebimento e Aceitação Definitivo (TRAD).

Avenida Francisco Matarazzo, sentido bairro (Andrei Spinassé/Esportividade)

Avenida Francisco Matarazzo, sentido bairro (Andrei Spinassé/Esportividade)

Guilherme Bosel, engenheiro civil da WTorre, disse ao Esportividade que existe uma tentativa da construtura de evitar o corte de árvores na Francisco Matarazzo. “Mas não temos essa definição também. Só vai se definir isso quando houver aprovação do projeto na prefeitura”, afirmou. De acordo com ele, outro alargamento está previsto para a Padre Antônio Tomás, na esquina com avenida Antártica.

Mas e o shopping?

A reportagem do Esportividade constatou que em uma tarde de sábado de julho, ainda sem o Allianz Parque em funcionamento, a Turiassu estava congestionada entre a Antártica e a Pompeia por causa da entrada do estacionamento do shopping.

A assessoria de imprensa do Grupo Zafari, que é o responsável pelo Bourbon, deu a seguinte resposta aos questionamentos sobre o trânsito na região: “Ele sempre apresentou dificuldades decorrentes dos diversos destinos possíveis que passam pelas ruas locais. A expectativa é que a Turiassu fique inclusive mais organizada e fluente comparativamente às atividades anteriores realizadas no antigo estádio. Há também, em paralelo, projetos de melhoria e ampliação do transporte público e do sistema viário na região. As novas operações e eventos, gradativamente, deverão gerar novas avaliações e ajustes necessários pelas autoridades e técnicos, se for preciso. O shopping e suas instalações continuarão participando do conjunto de alternativas para a população da região e eventuais frequentadores do estádio, formando um grande polo urbano”.

O Palestra Itália chegou a conviver com o shopping, mas o antigo estádio palmeirense tinha capacidade para 27.650 pessoas.

Histórico

A WTorre necessitou fazer obras de contrapartida também em outro grande empreendimento seu, o shopping JK Iguatemi. Houve a construção de novas faixas de rolamento na marginal do Pinheiros, a entrega de uma ciclovia de 4,8 quilômetros de extensão e o viaduto que liga a avenida Juscelino Kubitschek à pista central da marginal. O projeto contemplava uma ciclopassarela que liga o parque do Povo à ciclovia da CPTM, que margeia o rio Pinheiros. Ao todo, a WTorre investiu cerca de R$ 97 milhões em obras de contrapartida nesse caso.

Transporte público

A região do Allianz Parque conta com uma boa oferta de transporte público. Há uma grande estação de trens da CPTM e do metrô, a Palmeiras-Barra Funda, a pouco mais de 1 km de lá. No local também existe um terminal de ônibus. Ainda sobre ônibus, há diversas linhas que passam pelo entorno do estádio. Outra estação da CPTM a pouco mais de 1 km do local é a Água Branca.

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