São Paulo - região metropolitana
Corrida de rua 30/12/2013

Assistir à São Silvestre de perto também é um rito de passagem anual

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Largada da São Silvestre de 2012 (Sérgio Shibuya/MBraga Comunicação)

Largada da São Silvestre de 2012 (Sérgio Shibuya/MBraga Comunicação)

A São Silvestre não seria tão especial se não fossem os que vão à avenida Paulista ou ficam ao longo do percurso vendo, aplaudindo e incentivando os atletas. Nunca participei da prova, mas já fui um desses espectadores. Aos 11 anos, em 1997, assisti de perto pela segunda vez à principal corrida de rua do país – e me impressionei mais uma vez com a grandiosidade do evento e o clima festivo, apesar de competitivo.

Vi ao lado de meu pai a largada, na época diante do Masp e durante a tarde, do pelotão de elite masculino e me diverti com as pessoas que competiam fantasiadas. Tudo era gigante para mim, inclusive a própria Paulista, onde havia estado poucas vezes até então. O que me chamava atenção desde minha primeira São Silvestre era a rapidez dos acontecimentos: logo chegou a hora de caminhar até o número 900, o do prédio da Fundação Cásper Líbero, para ver a chegada, que, para o vencedor, aconteceria menos de 45 minutos após a largada.

No breve aguardo, alguns outros espectadores que ouviam a transmissão da prova pelo rádio nos diziam onde os atletas estavam. Logo eles apareceram diante de nós, e, especificamente em 1997, o resultado final foi das melhores para os brasileiros. Émerson Iser Bem impediu o queniano Paul Tergat de ser tricampeão após ultrapassá-lo na avenida Brigadeiro Luís Antônio. Lembro-me de ter visto o pódio, mas de ter tido uma sensação estranha por não ter assistido à prova integralmente, apenas aos momentos finais e iniciais dela. Nada disso importava, porém, porque o importante era estar ali vendo de perto toda aquela gente, aquela competição.

Haverá nesta terça-feira, 31 de dezembro de 2013, garotos como aquele que eu era na avenida Paulista e em outras vias do percurso de 15 km. E não apenas crianças. Pessoas das mais variadas idades cujo objetivo não é efetivamente acompanhar passo a passo a disputa, mas sim sentir a energia especial de uma prova que está em sua 89ª edição. Embora desde 2012 seja um evento matinal, mantém um sentimento de rito de passagem anual.

Giovani dos Santos e Damião dos Santos estão entre os brasileiros que podem repetir feito de Iser Bem – em 2011 e 2012, vitórias de africanos. Mas os quenianos Edwin Rotich (atual campeão), Mark Korir e Stanlei Koech estão entre os favoritos para a vitória. Entre as mulheres, Tatiele Carvalho e Sueli Pereira são as brasileiras mais bem cotadas. Mas as quenianas Delvine Relin Meringor, Maurine Kipchumba (atual campeã), Nancy Kipron e Recho Kosgei e atletas de outros países africanos, como Etiópia, Marrocos e Tanzânia, podem mais uma vez impedir um triunfo brasileiro. Tatiele, em sexto, foi a melhor atleta do país em 2012.

Saiba mais:
São Silvestre de 2013: informações sobre a prova

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