São Paulo - região metropolitana
Atletismo 10/10/2014

Correção de resultado cria clima inusitado no Troféu Brasil de atletismo

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Imagem da chegada dos 100 metros rasos

Imagem da chegada dos 100 metros rasos

A olho nu foi dificílimo compreender a ordem de classificação da final masculina dos 100 metros rasos do Troféu Brasil Caixa. Já no primeiro dia da tradicional competição de atletismo, quinta-feira (9), houve um dos momentos mais inusitados dos últimos tempos do esporte nacional. No estádio Ícaro de Castro Mello, o do Ibirapuera, nem sequer os próprios atletas tinham certeza de sua posição: o telão exibiu um resultado e, depois de a cronometragem tê-lo corrigido, outro. O que se podia cravar era vitória de Bruno Lins.

Para se ter uma ideia da competitividade da prova, o vencedor correu os cem metros em 10s48; o oitavo e último colocado, Sandro Viana, em 10s70.

O clima ao fim da prova era de total descontração entre os atletas participantes. Quando houve a correção do resultado, no mesmo momento da entrevista coletiva de Ana Cláudia Lemos, vencedora da corrida feminina, a gritaria era grande entre os homens, mas na base da camaradagem e da celebração.

“A final é aquela tensão, aquele nervosismo total. Foi tão apertada que quem estava em segundo [no placar] foi para terceiro; quem estava em quinto foi para segundo. Nunca tinha visto essa loucura, essa mudança de resultado. Saí muito mal, e vim recuperando, recuperando e passei. Ainda bem que não mexeram em mim no placar [risos]”, disse Bruno, em 2011 campeão, em 2012 e 2013 vice e agora de novo vencedor. Na semifinal havia feito 10s33.

Segundo colocado, Jackson Cesar da Silva, com 10s50, havia até ficado constrangido pelo fato de ter comemorado e aparecido em quinto. “Pelo primeiro placar cheguei em quinto, mas achei estranho porque comemorei. Quando passei pela linha de chegada olhei para o lado e não vi ninguém – você tem essa consciência durante a prova. Quando eu apareci em quinto, fiquei até um pouco sem graça. Daí pensei em sair pelo cantinho, pegar minhas coisas. Em primeiro lugar, independentemente da colocação, não senti dor, o que agradeci a Deus. Daí placar mudou”, afirmou.

Jackson, companheiro do vencedor na equipe paulista Fundação de Ciência, Tecnologia e Ensino, também afirmou: “O Bruno é um exemplo. Treino com o cara, que nos incentiva durante todo o tempo. Foi difícil. Eu mesmo só vou acreditar quando estiver com a medalha no meu peito”.

O Troféu Brasil Caixa de atletismo vai até este domingo. O público tem livre acesso às arquibancadas do estádio do Ibirapuera, em São Paulo.

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