São Paulo - região metropolitana
Vôlei de praia 13/10/2013

Espaço de diversidade, arquibancadas do SP Grand Slam têm até cachorros

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Até cachorro viu o São Paulo Grand Slam (FIVB/Divulgação)

Até cachorro viu o São Paulo Grand Slam (FIVB/Divulgação)

A quadra principal do São Paulo Grand Slam foi espaço de diversidade neste sábado (12) e neste domingo (13), os dois dias mais decisivos do torneio de vôlei de praia no parque Villa-Lobos, na zona oeste da capital paulista. Com entrada gratuita e livre do público, houve a possibilidade de os espectadores verem os jogos na companhia de seus animais de estimação – cachorros, no caso. Mães e seus bebês com poucos meses de idade também foram vistos nas arquibancadas, o que dava ao evento um clima bastante peculiar, diferente da maior parte dos que acontecem na cidade.

A liberdade para se torcer também se fez presente. No sábado, por exemplo, em jogo das semifinais entre Smedins/Samoilovs, da Letônia, e Pedro/Bruno, do Brasil, alguns letões torceram pela dupla de seu país sem serem incomodados. Neste domingo, durante a final feminina entre Walsh/Ross, dos Estados Unidos, e Ludwig/Walkenhorst, da Alemanha, houve boa interação do público com o jogo, com a maior parte das pessoas apoiando as alemãs.

Vibração da alemã Laura Ludwig  (FIVB/Divulgação)

Vibração da alemã Laura Ludwig (FIVB/Divulgação)

Vinhetas foram usadas durante os jogos do torneio. As principais eram “Eu quero ace”, na melodia do refrão de “Gangnam Style”, e “Paredão”, para se referir a um bloqueio bem-sucedido. Quando a dupla Bruno Schmidt/Pedro Solberg estava em quadra, cada um deles tinha uma vinheta, que começava com o nome do jogador dito com ênfase e terminava com uma música da preferência dele – no caso de Solberg, “O que sobrou do céu”, canção da banda carioca O Rappa.

Quadra principal montada no Villa-Lobos durante final masculina (FIVB/Divulgação)

Quadra principal durante final masculina (FIVB/Divulgação)

Nos intervalos entre os pontos, um DJ soltava músicas dos mais diversos estilos. O animador de torcida interagia com o público nessas horas e, além de puxar coros, distribuía às vezes brindes à plateia. Curiosamente, quando a música parava, havia em geral silêncio, similar ao do tênis, durante a ação em quadra.

O formato de animação de torcida pode ter sido cansativo a quem assistiu a mais de um jogo, mas divertiu os espectadores. Por causa da ausência de bastões infláveis como os distribuídos nas partidas Brasil x França da Liga Mundial de 2013 no ginásio do Ibirapuera, se pôde ouvir bem mais o que a plateia dizia, o que garantiu algumas boas risadas nas arquibancadas – por exemplo, Laura Ludwig foi chamada de “Ana Maria Braga” por causa de seu cabelo. Apesar das músicas, não houve um exagero sonoro, o que propiciou à torcida uma maior espontaneidade. O animador obviamente priorizava os jogadores brasileiros, mas não tinha um tom exageradamente ufanista. A música “Eu sou brasileiro com muito orgulho e muito amor”, a mais comum nos jogos da Liga Mundial em São Paulo, foi cantada poucas vezes no Villa-Lobos.

Walsh (2) vibra na final feminina do São Paulo Grand Slam (Divulgação/FIVB)

Walsh (2) vibra na final feminina do São Paulo Grand Slam (Divulgação/FIVB)

Não existia só animação: houve também informação. Em ambos os dias um locutor passou à torcida dados estatísticos sobre as duplas que estavam em quadra e fez um resumo do histórico esportivo de cada uma delas. Ao fim dos jogos, os jogadores, mesmo os estrangeiros, eram chamados para dar pelo microfone algumas palavras à torcida.

Foi, no entanto, difícil para os espectadores chegarem ao parque Villa-Lobos em consequência do trânsito na região e da dificuldade para se achar vaga de estacionamento no local. O tráfego ficou ainda mais complicado por causa da ciclofaixa. No sábado, ela também funcionou, uma vez que era feriado nacional. Mas isso não impediu que o evento fosse acessível e tivesse um bom público: mesmo na final feminina, em que não havia jogadoras brasileiras, havia ocupação de mais de 80% nas arquibancadas.

As finais

Pedro Solberg, dando manchete, manchete e Bruno Schmidt (FIVB/Divulgação)

Pedro Solberg, dando manchete, e Bruno Schmidt (FIVB/Divulgação)

Com arquibancadas cheias, Bruno Schmidt e Pedro Solberg derrotaram Philip Dalhausser e Casey Jennings por 2 sets a 1 e conquistaram o título do São Paulo Grand Slam, nona etapa do World Tour de vôlei de praia. Os brasileiros disputam a primeira posição da temporada com o letões Janis Smedins e Aleksandrs Samoilovs, medalhistas de bronze no Villa-Lobos.

Final entre alemãs (de branco) e norte-americanas (de preto) no São Paulo Grand Slam

Final entre alemãs (de branco) e norte-americanas (de preto) no São Paulo Grand Slam

Em seguida, as experientes norte-americanas Kerri Walsh (tricampeã olímpica) e April Ross tiveram trabalho para superar as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst. No segundo set, as germânicas tiveram uma série de match points, mas falhas no saque foram decisivas, e elas perderam o set por 31 a 29. No tie break, as norte-americanas triunfaram por 15 a 12 e ficaram com o título. As brasileiras Ágatha e Maria Elisa obtiveram o bronze ainda no sábado.

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