São Paulo - região metropolitana
Corrida de rua 14/10/2013

Filme “São Silvestre” retrata uma São Paulo fascinante com tradicional prova

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Largada da São Silvestre de 2011

Largada da São Silvestre de 2011

Sem diálogos, “São Silvestre”, a ser exibido na 37ª Mostra Internacional de cinema paulistana neste mês de outubro, é mais do que um filme sobre corrida de rua: é uma homenagem às belezas arquitetônicas de São Paulo e um valioso registro para as futuras gerações de como era a cidade em dezembro de 2011, quando foi filmado.

Daqui a algumas décadas, as imagens de “São Silvestre” causarão em nós efeito similar ao dos filmes que mostram como era a capital paulista antigamente. Só que esta São Paulo de “São Silvestre” é poética e esperançosa. As cenas iniciais do filme são de uma manhã de domingo ensolarada em que o corredor Fernando Alves Pinto percorre sozinho trechos tradicionais da São Silvestre, embora alguns deles não tenham feito parte do percurso de 2011, como o elevado Costa e Silva, o Minhocão. São exibidos encantadores detalhes arquitetônicos do centro histórico intercalados com a visão de percurso capturada por câmeras acopladas ao corpo do atleta e por outras que o acompanham durante esse treino. Os passos e a respiração de Fernando são a trilha sonora. Está presente também música clássica, principalmente quando o que se mostra é a cidade em si.

Longa-metragem “São Silvestre”, que estreia em outubro na 37ª Mostra Internacional

Longa-metragem “São Silvestre”, que estreia em outubro na 37ª Mostra Internacional

Conforme Fernando chega ao fim do percurso do treino, São Paulo já está mais agitada. Quando essa sequência de treinamento termina, começa uma etapa ainda mais poética do filme. A chuva não traz melancolia, mas sim faz ser iniciado outro momento de belas imagens da cidade. Uma tomada em plano aberto da avenida Paulista, nas proximidades do palco do Réveillon, flagra em meio a essa beleza irresponsabilidades cometidas no trânsito. A cena em que dois carros estão parados lado a lado diante de um semáforo vermelho na mesma avenida produz sensação de tranquilidade durante a espera, em compensação.

Chove intensamente em 31 de dezembro de 2011. A São Silvestre, personagem principal do filme, reaparece, mas Fernando é deixado um pouco de lado, pois são mostradas a preparação dos atletas profissionais e as largadas anteriores à do pelotão geral, como a de cadeirantes. Autorizada a partida, as imagens, os sons e as sensações de Fernando voltam a ganhar força, assim como a chuva. Durante a prova, ele diz poucas palavras, mas canta “Adeus ano velho, feliz ano novo”, dando à São Silvestre conotação de rito de passagem anual. Quem vai à calçada e aplaude os atletas – mesmo na chuva – também é lembrado, filmado e homenageado.

O único aspecto frustrante do filme não acontece por culpa da diretora Lina Chamie. Em 2011, quando foi filmado, a São Silvestre teve percurso diferente –  e bastante contestado –  e foi encerrada na avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao parque do Ibirapuera. As chegadas na avenida Paulista, diante do prédio da Fundação Cásper Líbero, no número 900, têm mais a ver com o clima da prova, que chega em 2013 à sua 89ª edição. No filme, rapidamente são mostradas imagens da época em que a São Silvestre era disputada à noite. Em 2011, era à tarde. Agora, acontece no período da manhã.

Cartaz de "São Silvestre"

Cartaz de “São Silvestre”

Depois da 37ª Mostra Internacional de cinema de São Paulo (saiba mais no site do evento), durante a qual o longa-metragem será exibido no vão livre do Masp, “São Silvestre” voltará aos cinemas da cidade em dezembro.

Atualização: o filme será exibido gratuitamente no vão livre do Masp em 21 de outubro, às 19h30. Também terá exibição no Espaço Itaú da Augusta às 22h20 de 28/10 e no Espaço Itaú da Frei Caneca às 14h de 29/10.

Leia também:
Estão abertas as inscrições para a São Silvestre 2013, a 89ª da história

Deixe seu comentário


Enviando esse comentário estou ciente da política de privacidade deste SITE JORNALÍSTICO.