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Ginasta se prepara para Rio-2016 em novo centro criado em região carente

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Diego Hypólito é entrevistado no centro de ginástica de SBC (Esportividade)

Diego Hypolito é entrevistado no centro de ginástica de SBC (Esportividade)

Um dos ginastas mais conhecidos e vitoriosos do Brasil, Diego Hypolito, faz sua preparação para os Jogos Olímpicos de 2016, os que vão acontecer no Rio de Janeiro (RJ), em um novo centro de ginástica artística ao redor do qual se observa uma das comunidades mais carentes de São Bernado do Campo, a do Montanhão, cujo rendimento médio mensal da população era de R$ 922 em 2010. Caio Souza, atualmente lesionado, também treina lá.

O centro de ginástica Marcel Francisco dos Santos faz parte do polo esportivo construído no antigo Volkswagen Clube, área que divide com o de atletismo – Professor Oswaldo Terra – e com o de handebol, que será inaugurado em março de 2015. É fruto de uma parceria entre o município, o governo federal e a Confederação Brasileira de Ginástica. A prefeitura investiu cerca de R$ 1,25 milhão na reforma e adaptação do local.

Em destaque, ginásio do centro de ginástica artística

Em destaque, ginásio do centro de ginástica artística (Google Maps/Reprodução)

Depois da conquista de duas medalhas de ouro na etapa de Medellín, na Colômbia, da Copa do Mundo de ginástica artística, Diego participou da inauguração oficial do espaço e disse não ser “dono” de lá. “Por ter sido comprada com dinheiro público, essa aparelhagem é do povo, não é só nossa. O objetivo é que também seja usada por crianças [a partir de 2015] no desenvolvimento do esporte”, afirmou.

Os equipamentos foram importados da Alemanha e são da marca Spieth, e o ginasta os considera os mais adequados. “Antes treinávamos em aparelhos que não eram adequados; não eram os que utilizávamos em campeonatos mundiais. Os daqui são oficiais, são os deste ciclo. A cada quatro anos, os aparelhos são modificados a fim de que se diminua o risco de lesões. No tablado de agora há molas, diferentemente do do ciclo passado. Impulsiona mais e reduz o número de lesões”, disse o atleta, nascido em Santo André. “Precisamos lapidar a execução dos movimentos e, com aparelhagem adequada, podemos repeti-los mais e com menos receio de lesões.”

Nascido em São Caetano do Sul, Arthur Zanetti, medalhista de ouro nas argolas na Olimpíada de Londres-2012, vê outras vantagens além das já mencionadas: “É um ginásio bem espaçoso – os aparelhos não são grudados uns nos outros. Se a seleção brasileira fizer treinos aqui, virei para cá. Continuo a treinar em São Caetano e me manterei por lá”.

Centro de ginástica de SBC (Esportividade)

Centro de ginástica artística de São Bernardo em dia de inauguração (Esportividade)

Segundo a presidente da CBG, Luciene Resende, outros Estados ainda vão receber centros de ginástica, como Amazonas, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Sergipe. Houve inaugurações no Distrito Federal, no Paraná, no Rio Grande do Sul e agora em São Paulo. No mínimo, informou o Ministério do Esporte, 13 centros vão estar entregues até 2016.

Por enquanto, o de São Bernardo do Campo está completo para os homens, mas não conta com todos os aparelhos da ginástica feminina. “Temos espaço suficiente para colocarmos aqui os equipamentos [específicos] da ginástica feminina. Dependemos dos documentos agora”, disse a presidente, de acordo com a qual os investimentos gerais, para todos os centros, em aparelhagem são de aproximadamente R$ 7 milhões.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, declarou que o investimento não é só para a próxima edição olímpica: “Esse material servirá para a preparação da nossa equipe para a Olimpíada e permanecerá para as futuras equipes do Brasil de qualquer competição de alto rendimento”.

Equipes de outros países, como Alemanha e Japão, têm possibilidade de treinar em São Bernardo do Campo antes do Rio-2016.

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