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Corrida de rua 01/02/2016

Opinião: não há demérito algum em correr ‘só’ 5 km; muito pelo contrário

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Atletas prontos para a largada do Circuito do Sol-2016 (Adam Tavares/Divulgação)

Atletas prontos para a largada do Circuito do Sol-2016 (Adam Tavares/Divulgação)

Uma das grandes vantagens da corrida é a liberdade dada por ela ao atleta, que pode praticá-la nos mais diversos lugares, nas mais diversas condições (meteorológicas, financeiras…) e nas mais diferentes distâncias. Embora a maratona (42,195 km) seja a prova que mais pessoas gostariam de um dia conseguir disputar, a tal da liberdade não deve ser ignorada: nenhum corredor é inferior por ainda não correr tanto ou por ter outros objetivos.

Suponha que haja um atleta que goste de provas rápidas. Para ele os “5k” já são suficientes. Se já tiver conseguido atingir essa distância, o próximo passo natural – se assim ele considerar ser o desejo dele – vai ser querer melhorar seu tempo. Ser um corredor muito mais veloz nos 5.000 metros pode ser tão difícil para um amador quanto completar uma maratona. O recorde mundial da prova (que é olímpica!) pertence ao etíope Kenenisa Bekele: 12min37s35 em uma pista de atletismo, o que significa uma velocidade média de quase 24 km/h, algo inimaginável para um amador.

E ainda existe a hipótese de uma pessoa que nem sequer ligue para tempo preferir os 5 km aos 10 km ou a qualquer outra distância. Para ela completar cinco mil metros algumas vezes por semana já é o bastante para ela se sentir feliz consigo mesma e não ser sedentária.

Em ambos os casos hipotéticos os atletas merecem tanto respeito quanto um que treina para uma maratona. É evidente que os 42,195 km “assustam” mais que os 5 km, mas há de se respeitar – e aplaudir – a diversidade de gostos e de distâncias. No fim das contas, a realização pessoal e a saúde são o mais importante.

Diz um estudo…

Não é necessário correr tanto para que haja um ganho de saúde. De acordo com novos estudos publicados e mencionados por uma reportagem publicada na seção de bem-estar do site do “The New York Times”, correr cinco ou seis milhas por semana (de 8 km a 9,65 km) já é o suficiente para ser algo muito benéfico.

Apesar da relativamente curta distância, esses corredores geralmente são mais leves e tem menos risco de obesidade que aquelas pessoas que correm menos que isso ou que nada correm. Os que completam cinco ou seis milhas por semana também têm menos probabilidade de ter pressão alta, problemas de colesterol, diabetes, derrames, certos cânceres e arritmias em comparação com pessoas que correm menos que isso ou nada.

“Parece que os benefícios da corrida ocorrem em doses baixas”, disse Carl J. Lavie, que é diretor médico de reabilitação cardíaca e prevenção do Ochsner Medical Center em Nova Orleans, nos Estados Unidos, e autor-chefe do estudo, que foi publicado em setembro de 2015.

“E pode ser muito benéfico correr tão pouco quanto uma ou duas vezes por semana, de três [4,82 km] a seis milhas [9,65 km] por semana, e menos que uma hora por semana”, disse.

Correr alguns quilômetros a mais por semana poderá valer a pena se você estiver preocupado com quilogramas “na meia-idade”, segundo ele, porque quilometragem adicional geralmente está associada a um melhor controle de peso. Quem quiser ser um corredor melhor e mais veloz também precisará correr mais que cinco ou seis milhas por semana.

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