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Tênis 16/04/2015

Um pouco de Roland-Garros está em São Paulo e faz juvenis sonharem

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Troféus de Roland-Garros em São Paulo (Cristiano Andujar/Divulgação)

Troféus de Roland-Garros em São Paulo (Cristiano Andujar/Divulgação)

Roland Garros é, no cotidiano do paulistano, uma avenida do Jardim Brasil, zona norte de São Paulo, que homenageia o aviador francês, primeira pessoa a cruzar o mar Mediterrâneo. No entanto, para jovens tenistas que competem até domingo, 19 de abril, no Paineiras do Morumby, zona oeste, com mais algumas vitórias o Roland-Garros (com hífen) em questão será o famoso torneio francês de tênis.

Por meio de uma parceria entre Federação Francesa de Tênis e Confederação Brasileira de Tênis, um garoto e uma garota brasileiros terão oportunidade de tentar entrar como convidados na versão juvenil de Roland-Garros. Antes disso, competem em São Paulo 32 tenistas – 16 homens e 16 mulheres –, e os dois campeões vão disputar o convite em maio, em Paris, com chineses e indianos que venceram competição similar. Os vencedores vão participar, então, do Grand Slam francês para juvenis entrando diretamente na chave principal.

Jogam no Paineiras tenistas que nasceram entre 1997 e 1999. De 1998, o gaúcho Orlando Luz, grande expoente da geração, foi semifinalista da versão juvenil de Roland-Garros em 2014. Como é o vice-líder do ranking mundial, somente atrás do russo Andrey Rublev, não precisará passar pelo torneio especial para se garantir no Grand Slam.

No palco, falando a todos os participantes do Rendez-Vous à Roland-Garros Brasil, Orlandinho foi claro: uma boa carreira como juvenil nada significa no próximo passo da carreira.

Tenista Orlando Luz (Cristiano Andujar/Divulgação)

Tenista Orlando Luz (Cristiano Andujar/Divulgação)

“Quando você sai do juvenil para o profissional é um novo começo”, disse. “Não tem como competir com os maiores se você não estiver preparado mentalmente e tecnicamente. São degraus, construídos tijolo a tijolo. Se tivermos a base pronta, quando chegarmos lá conseguiremos caminhar. Às vezes por essa ansiedade dos brasileiros nós chegamos lá rapidamente e despencamos de lá rapidamente também.”

Tendo como ídolo Gustavo Kuerten, tricampeão do Roland-Garros principal, o gaúcho evita comparações: “Às vezes me colocam como novo Guga, mas isso nunca vai existir. Foi um ídolo e fez o apoio à modalidade crescer, o que para mim faz uma grande diferença. Espero um dia ser um terço do que ele foi”.

Participantes do participantes do Rendez-Vous à Roland-Garros com troféus (Cristiano Andujar/Divulgação)

Tenistas do Rendez-Vous à Roland-Garros com troféus de RG (Cristiano Andujar/Divulgação)

Já nesta quinta-feira, 16 de abril, acontecem as oitavas de final do torneio especial. A última partida do dia tem início previsto para as 18h. Quartas de final, semifinais e finais são disputadas até domingo no Paineiras. Os troféus de Roland-Garros estão na cidade de São Paulo e poderão ser vistos lá no clube no dia das decisões.

Contrato de parceria

A CBT e a FFT assinaram um acordo por meio do qual haverá um maior intercâmbio entre franceses e brasileiros. Obviamente, quem tem mais a aprender são os brasileiros.

“A federação francesa vai abrir espaços na França para treinamento dos nossos atletas. Também receberemos aqui jogadores e treinadores franceses com o objetivo de desenvolvimento do tênis brasileiro e de aproximação com o circuito europeu”, disse o presidente Jorge Lacerda.

Jeremy Botton, diretor executivo da federação francesa, reitera intenção de crescimento do tênis brasileiro: “O acordo assinado entre as duas federações vai proporcionar um desenvolvimento maior em longo prazo. O objetivo é a formação de jogadores, árbitros, gandulas e treinadores. Não estamos aqui apenas por um torneio, mas por um longo período”.

O objetivo final dos franceses é que Roland-Garros esteja cada vez mais globalizado e seja cada vez mais visto por mercados emergentes. “Assinamos acordos de cooperação com o Brasil, a China e a Índia para que os tenistas possam aprender a jogar no saibro, a melhor superfície para aprendizado de tênis. Quanto mais o mundo jogar em saibro, mais as boas nações do tênis estarão representadas em Roland-Garros e mais notoriedade o torneio vai ganhar”, afirmou Jeremy Botton.

Rio-2016

A CBT inspira-se em Roland-Garros de outra forma. “Existe semelhança entre a situação da federação francesa em Roland-Garros e o que vai acontecer no Rio de Janeiro conosco. Lá é uma área da Prefeitura de Paris cedida para a federação. Ali está toda a parte administrativa, a de treinamento e, claro, a do torneio. Montamos um projeto de legado olímpico em parceria com a Estácio para, antes do evento-teste, em dezembro, já ser apresentado. Se for aceito pelo poder público, ali será o centro de treinamento do tênis brasileiro e sede da confederação”, contou o presidente da confederação, Jorge Lacerda.

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