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Automobilismo 30/04/2014

Vinte anos após sua morte, Senna ainda faz parte da rotina de São Paulo

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Escultura de Melinda Garcia no Complexo Viário Ayrton Senna

Escultura de Melinda Garcia no Complexo Viário Ayrton Senna

Referências a Ayrton Senna estão presentes no cotidiano do paulistano. Não é preciso ir ao autódromo de Interlagos, onde o tricampeão de Fórmula 1 venceu duas vezes e onde existe uma curva chamada S do Senna, para lembrar-se dele. A própria cidade já fica encarregada de proporcionar lembranças do conterrâneo piloto aos habitantes. Em bons – na saída para viagens – ou maus – em congestionamentos – momentos, o nome do talentoso esportista está lá diante de nós ou é pronunciado por voz vinda de um serviço de GPS.

Oito dias depois do fatídico 1º de maio de 1994, a Prefeitura de São Paulo decidiu denominar de Ayrton Senna um complexo viário então em construção, o do túnel sob parque do Ibirapuera. Quando foi inaugurado, em outubro de 1995, lá estava também uma escultura da artista plástica Melinda Garcia em homenagem ao piloto. Na obra original, existia uma representação de carro com uma bandeira erguida – como ele fazia quando vencia uma prova.

Em 27 de dezembro de 1994, a rodovia dos Trabalhadores mudou de nome para rodovia Ayrton Senna (SP-70). É caminho para quem vai, por exemplo, ao litoral norte ou ao Vale do Paraíba. O piloto morreu em um 1º de maio, Dia do Trabalho, há 20 anos.

Estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna (Esportividade)

Estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna (Esportividade)

Mais recentemente, em 2011, a estação de metrô Jardim São Paulo, na zona norte, ganhou um “sobrenome”: Ayrton Senna. O então vereador Celso Jatene (PTB), hoje em dia secretário de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo, explicou: “Estive com o empresário Luís Carlos Keshishiam num almoço e ali surgiu a ideia, da parte dele primeiramente, de que pudéssemos prestar uma homenagem ao ídolo Ayrton Senna em uma estação de metrô. Ele sugeriu que fosse feito na estação Santana, mas ponderei que seria difícil por ser ela uma das primeiras estações do metrô. Chegamos à conclusão de que seria muito bom se a estação Jardim São Paulo, que é onde morava Ayrton Senna, pudesse chamar-se Ayrton Senna-Jardim São Paulo”. O deputado estadual Campos Machado, liderando a bancada do PTB na Assembleia Legislativa, foi quem apresentou esse projeto de lei.

O kartódromo de Interlagos, onde o tricampeão de Fórmula 1 costumava treinar e disputar corridas na juventude, passou a se chamar Ayrton Senna em 9 de maio de 1994. Os Correios registram duas ruas Ayrton Senna em São Paulo. Ainda existem as variações “Airton Senna” e “Airton Sena”.

Casas de Ayrton na zona norte

Documento da CBA para Ayrton Senna (Reprodução)

Documento da CBA para Ayrton Senna (Reprodução)

O site ZNnaLinha lista quatro casas em que o tricampeão morou na zona norte da capital paulista: a da rua Aviador Gil Guilherme, em Santana, a da rua Condessa Siciliano, no Jardim São Paulo, a da rua Pedro, no Tremembé, e a da avenida Nova Cantareira, na Vila Albertina. A da rua Pedro, localizada no número 817, aparece como endereço de Ayrton em 1978 em documento assinado pela Confederação Brasileira de Automobilismo para que ele pudesse competir no Mundial de kart.

Casa que já foi da família Senna na rua Pedro (Esportividade)

Casa que já foi da família Senna na rua Pedro (Esportividade)

Um dos edifícios mais simbólicos de Santana, o Centro Empresarial Vari, situado na rua Doutor Olavo Egídio, 287, sediou escritórios da família Senna. É um prédio azul espelhado sobre o qual está um heliponto.

São Paulo ainda tem muito de Ayrton Senna em si e não se esquece de um de seus moradores mais famosos e talentosos.

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