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Novas vivências são o forte da Virada Esportiva; madrugada é um ‘detalhe’

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Canoa havaiana na Guarapiranga (Andrei Spinassé/Esportividade)

Canoa havaiana na Guarapiranga (Andrei Spinassé/Esportividade)

Embora tenha tido menos participantes do que se esperava (20%), muito em função do tempo chuvoso do fim de semana (20 e 21 de setembro de 2014), a oitava edição da Virada Esportiva continuou a ter uma função relevante, a de possibilitar a vivência de novas experiências, que poderia ficar mais clara para a população. Os paulistanos que puderam explorar com mais tempo a ampla oferta de atividades tiveram contato com modalidades que talvez nunca tivessem pensado em praticar. É a degustação, e não o exercício físico em si, o grande diferencial do evento anual da Prefeitura de São Paulo. Abre seu apetite para a prática esportiva e deixa você com mais fome de esporte.

A prefeitura, porém, ainda divulga a Virada Esportiva com base em números de atrações e de endereços e em horas ininterruptas de programação. Não é exatamente isso o que mais interessa ao cidadão, pois a qualidade – que já existe – é mais relevante que a quantidade. Promover uma virada esportiva em sua vida não é apenas passar uma madrugada praticando esporte: é um ato para ser levado para o cotidiano.

Saí em busca de novas sensações esportivas. Dividi minha Virada em quatro períodos, tarde de sábado, noite de sábado, manhã de domingo e tarde de domingo, para montar minha programação. A cobertura da entrega do Centro Esportivo e de Lazer Tietê impossibilitou que fizesse algo diferente na manhã de sábado.

Selva de pedra

Red Bull na Selva de Pedra (Andrei Spinassé/Esportividade)

Red Bull na Selva de Pedra (Fávio Piva/Red Bull)

A tarde de sábado foi de observação da fachada de concreto do número 900 da avenida Paulista, o edifício da Gazeta, “paredão” escalado por dez atletas. No Red Bull Selva de Pedra, vi pela primeira vez uma prova de escalada – e em um lugar onde jamais havia pensado em vê-la.

Na primeira fase, os escaladores usaram duas vias diferentes, e os quatro melhores na somatória dos dois caminhos (pré-estipulados pela organização) foram para a final. Na decisão, André Berezoski foi o único a concluir uma via ainda mais difícil, mas, durante a vez de outro finalista, uma das agarras do percurso foi danificada, e a final teve de ser refeita – com vitória de Dione Capelani. Mesmo sob garoa, centenas de pessoas acompanharam a inusitada disputa.

Velocidade na calçada

Teste de velocidade diante do Sesc Santana (Andrei Spinassé/Esportividade)

Participante conclui teste de velocidade diante do Sesc Santana (Esportividade)

As unidades do Sesc ofereceram boa programação na Virada, e Vicente Lenílson, medalhista de prata com a equipe brasileira no revezamento 4×100 da Olimpíada de 2000, a de Sydney, foi na noite de sábado à de Santana. Na calçada da avenida Luiz Dumont Villares, foi instalado um equipamento que mede a velocidade do corredor para que os participantes pudessem testar a quantos quilômetros por hora chegariam na zona de medição.

Apesar do reduzido espaço disponível, crianças e adultos mostraram-se interessados em participar do desafio. O próprio Vicente, como era de se imaginar, liderou o ranking: alcançou 28,15 km/h.

Experimentação

Quadra com demarcações virtuais no Sesc Pompeia (Andrei Spinassé/Esportividade)

Quadra com demarcações virtuais no Sesc Pompeia (Andrei Spinassé/Esportividade)

No domingo a programação original era experimentar a sensação de uma queda livre em um túnel de vento normalmente pago, mas excepcionalmente gratuito na Virada, instalado no estacionamento do Shopping D. Mas a fila já estava grande em torno das 10h30, e a decisão tomada foi conhecer o que o Sesc Pompeia tinha a oferecer.

Em um dos ginásios havia simuladores eletrônicos, como de golfe, de carrinho de rolimã e até um inspirado no filme “Missão Impossível”, em que o objetivo era chegar ao fim do percurso desviando dos lasers. Mas o momento mais divertido foi o jogo de futsac, uma modalidade criada por um professor da unidade e inspirada em futevôlei, futebol e tênis. Nela, o jogador recebe o saquinho (que faz a vez de bola) com as mãos, o ajeita e necessita passá-lo para o outro lado da rede com um chute.

Remadas e tacadas

Garota na área de treinos de tacadas longas do Embrase Golf Center (Andrei Spinassé/Esportividade)

Garota na área de treinos de tacadas longas do Embrase Golf Center (Esportividade)

Novos desafios à tarde: canoa havaiana na represa de Guarapiranga, no CDC (Clube Da Comunidade), e golfe ao lado do aeroporto de Congonhas, na academia da Federação Paulista de Golfe. Essas são duas atividades que, apesar de poderem ser praticadas nesses mesmos locais também fora do fim de semana da Virada Esportiva, parecem distantes do paulistano por terem mais a ver com a natureza. Só que, no evento anual, estão às soltas na “selva de pedra”.

Na Virada Esportiva, o que mais interessa não são números: são as experiências vividas por cada um. Degustando o paulistano “corre o risco” de gostar tanto de uma delas a tal ponto de incorporá-la no seu dia a dia. O que é ótimo para a própria pessoa e também para a cidade.

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