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Diário de Ferro 14/08/2013

Breve história da bicicleta – parte I

Por Maurício Ramos

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Parte I – o começo

Aristóteles, em seu livro “A Política”define que a arte se propõe a multiplicar indefinidamente aquilo que constitui seu objeto. E se não é o desejo de todo ciclista, cicloativista e entusiasta promover sem restrições o uso da bicicleta? Partindo dessa premissa, não seria ao todo incorreto afirmar que o ciclismo é, sem dúvida, uma arte. Ao longo dos séculos, a arte de pedalar constituiu uma importante atividade social e foi o primeiro meio de locomoção individual.

A história da bicicleta muda constantemente, com novos achados; fatos são ora agregados, ora desmascarados. Anualmente, ocorre a conferência sobre a história internacional da bicicleta (Internacional Cycle History Conference) que se iniciou em 1990, sediada em diferentes países. Durante a oitava conferência, em 1997, a maior mentira da história da bicicleta foi descoberta e concluiu-se que seu inventor não foi Leonardo da Vinci. Um desenho muito parecido com uma bicicleta teria sido encontrado no Codex Atlanticus do autor durante um período de restauração que durou dez anos, notícia que veio à tona em 1974. Historiadores concluíram, com base em dados cronológicos e evidências, que o desenho era uma falsificação. As discussões se divergem quanto ao verdadeiro autor e seu motivo.

Ciclismo também é uma arte

Ciclismo é uma arte

Infelizmente, para as mentes curiosas, não é possível afirmar com toda a certeza quando o primeiro protótipo da bicicleta foi invetado, nem por quem. Temos apenas conhecimento suficiente para afirmar que não foi pelas mãos de Da Vinci. Entretanto, podemos citar um período famoso pelo aparecimento de algumas invenções chamadas de pré-bikes. Momento no qual outra grande mentira foi revelada. Pensava-se que o modelo originário de uma bicicleta teria surgido em 1791, criado pelo francês Comte Mede de Sivrac. Ele teria inventado a célérifère, um conjunto de duas rodas interligadas por um feixe de madeira com a aparência de um cavalo, leão ou uma serpente.  Não havia mecanismos de direção nem propulsão, ou seja, o usuário utilizaria do impulso das próprias pernas para se locomover. Hoje, sabemos que Comte Sivrac foi um personagem criado por Baudry de Saunier, um jornalista francês e especialista em locomoção terrestre que viveu entre 1865 e 1938.

Draisine

Draisine

A 1ª versão primordial, desencadeadora de invenções sucessivas, que levou a criação da bicicleta de hoje foi a Draisine, invenção do barão alemão Karl von Drais, exibida em Paris em 1817.

Enciumado pela invenção do alemão e na tentativa de exaltar inventores do próprio país, Baudry publicou, no ano de 1891, uma “Histoire générale de la vélocipédie” em que credita a invenção da célérifère ao Comte de Sivrac. A construção foi tão bem feita que o livro acompanhava ilustrações dos supostos desenhos originais da invenção levando o mundo a acreditar por décadas.

As invenções não demoram a encontrar sorrisos oportunistas. Em 1919, 2 anos após o aparecimento da Draisienne, um empresário inglês patenteou, em sua terra, o projeto da draisiene   sob o nome de Hobby-Horse produzindo centenas de unidades. Esse velocípede se tornou uma febre entre jovens ricos muito preocupado com aparências e modos, chamados de Dandies.

Os primórdios da bicicleta não são claros por completo, mas o consenso geral entre historiadores é que a primeira invenção que constitui o embrião da bicicleta contemporânea foi a Draisine ou Draisienne.

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