São Paulo - região metropolitana
Vôlei 23/03/2015

Lesão de colega faz central do Sesi mudar de posição e nela sobressair

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Bárbara Bruch vibra com Fabiana (Alexandre Arruda/CBV)

Bárbara Bruch vibra com Fabiana (Alexandre Arruda/CBV)

Apesar de Bárbara Louise Bruch nem sequer ter entrado em quadra em 11 de dezembro de 2014, foi nesse dia em que a temporada dela começou a mudar. De reserva da dupla de centrais vice-campeã brasileira Fabiana e Bia, a catarinense passou nos confrontos seguintes a ser titular do Sesi-SP e, no primeiro jogo das quartas de final contra o Brasília Vôlei, foi a protagonista – a maior pontuadora da partida.

Até dezembro a equipe paulistana dependia de Monique Pavão para fazer a função de oposto, mas sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo durante sua melhor atuação pelo Sesi-SP, justamente contra seu ex-time, o Praia Clube, e precisou ficar afastada das quadras. Sem uma jogadora da qualidade de Monique para a posição, a comissão técnica recorreu a Bárbara.

A até então central saiu-se tão bem que, mesmo com a volta de Monique, o treinador Talmo de Oliveira optou por escalar a catarinense como titular contra o Brasília em 22 de março de 2015. E ela fez um pouco de tudo: atacou, deu largadinhas, bloqueou e defendeu. Foi considerada a melhor atleta da partida de quartas de final da Superliga feminina 2014/2015.

Bárbara, que completa 28 anos em maio, disse estar mais contente agora: “Sempre gostei de atacar esse tipo de bola, mas não imaginava que pudesse virar uma oposto. Estou me divertindo nessa posição, superfeliz, aproveitando o momento, a oportunidade que tive. É difícil ela chegar, mas, quando ela acontece, temos de levá-la para o lado positivo e aproveitá-la o máximo possível”.

Ainda não sabe, porém, se deixará definitivamente de ser meio de rede. “Ainda temos jogos pela frente. Vou pensar com bastante carinho nisso”, afirmou a atacante, que ainda se adapta às características de bloqueio que a nova função exige. “Como central, eu jogava muito o braço para dentro; agora tento tirar esse costume”, contou ela, que já havia atuado nessa posição em categorias de base.

O treinador Talmo de Oliveira, levantador reserva de Maurício em Barcelona-1992, quando a seleção masculina obteve o primeiro ouro, declarou fazer parte da filosofia de trabalho do Sesi-SP esse tipo de situação: “Desde o primeiro dia de Sesi-SP, dissemos que as jogadoras têm de fazer mais posições. Queremos quebrar um pouco essa especialização, porque tudo depende da necessidade da equipe. Para não mexermos muito na estrutura do time quando a Monique se lesionou, usamos a Bárbara e ela se saiu muito bem. A equipe ganhou uma consistência muito boa com ela. Ela apresenta uma regularidade e se dedica muito nos treinamentos para isso. Tiramos da dificuldade um grande benefício”.

Talmo contou que a central titular Ana Beatriz chegou a ser cogitada como substituta de Monique. “A Bia poderia ter ido para a saída, e a Bárbara teria ido para o lugar dela, mas mudaríamos duas posições e o time estava bem encaixado. A equipe ganhou regularidade no decorrer das partidas e tem construído muito bem os resultados”, avaliou o técnico, segundo o qual no Sesi-SP o que vale é que os jogadores sirvam de exemplo para os jovens tanto dentro como fora das quadras de vôlei, o que é conhecido como “pedagogia do exemplo”.

Sesi e Brasília voltam a se enfrentar nesta quarta-feira, dia 25 de março de 2015, às 21h30, mas no Sesi Taguatinga, no Distrito Federal. Se a equipe de São Paulo vencer mais esse duelo, estará nas semifinais, fase em que, caso avance mesmo a ela, enfrentará Molico/Osasco ou Pinheiros.

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