Paulistano x Pinheiros é marcado por protesto contra entidades do basquete
Paulistano x Pinheiros (João Pires)
Um grande e decisivo jogo de basquete entre Paulistano e Pinheiros, que definiu um classificado para a final do Campeonato Paulista masculino, foi marcado por protestos dos jogadores assim que foi autorizado seu início. Cada equipe abriu mão de duas posses de bola, gastando os 24 segundos de cada uma, para mostrar insatisfação com o conflito de datas de duas competições. Um dos mais insatisfeitos com o calendário nem sequer entrou em quadra: era Claudio Mortari, técnico pinheirense.
Em tempos de movimento Bom Senso FC no futebol, que também realizou manifestações nesta semana para, principalmente, um melhor calendário, chegou a vez de os jogadores de basquete se oporem às decisões de organizadores de torneios. A equipe masculina principal do Pinheiros, por exemplo, deveria disputar dois jogos em 14 de novembro, quinta-feira: duelo com o Paulistano e estreia nesta temporada do NBB diante do Limeira. Por isso, na primeira partida do campeonato nacional o Pinheiros optou por colocar equipe sub-22 em quadra. Um desses jovens jogadores, Humberto, enfrentou o clube do interior à tarde e, à noite, ajudou os companheiros, embora tenha jogado apenas 57 segundos, contra o adversário da capital paulista. O Pinheiros foi derrotado em ambos os confrontos – no de estreia nesta temporada do NBB, por 91 a 53, em casa.
O experiente treinador Claudio Mortari lamentou o conflito de datas, que, segundo ele, poderia ter sido facilmente resolvido. “Temos a tabela do NBB há muito tempo; dois, três meses. Não esperávamos que a Federação Paulista de Basquete, que tinha as datas em aberto, marcasse jogos sobrepondo [aos do torneio nacional]”, disse. “Fica uma coisa muito mal contada, mal esclarecida, mal colocada. Alguém foi sacrificado nessa história, e, desta vez, lamentavelmente, foi o Pinheiros.”
O técnico pinheirense mencionou o que ele chamou de “incoerência”: Paulistano e Paulistano fizeram seus cinco jogos nas semifinais do Paulista com apenas dois dias de descanso no total; no outro lado da chave, Bauru e Franca tiveram jogos mais espaçados, sendo que o duelo final entre os dois acontecerá apenas em 19 de novembro. “Havia mil soluções, mas me parece que não houve a boa vontade de tentarem resolver [a situação]”, afirmou Mortari. “Não precisaríamos dessa sangria desatada, mas nada que tire o brilho da vitória do Paulistano.”
O protesto foi liderado pela Associação dos Atletas Profissionais de Basquete do Brasil, que havia emitido uma nota com o seguinte conteúdo: “A Associação dos Atletas Profissionais de Basquete do Brasil lamenta profundamente o fato de duas grandes entidades, Federação Paulista de Basquete (FPB) e Liga Nacional de Basquete (LNB), que organizam os campeonatos de basquete mais fortes do cenário nacional, não chegaram a um denominador comum no momento de definir suas tabelas de jogos. Com a falta de acordo, três equipes conceituadas do cenário paulista e nacional se encontram em uma situação constrangedora, já que têm jogos marcados para o mesmo dia, em locais e competições diferentes”.
Bauru e Franca também jogaram em 14 de novembro pelo NBB contra Palmeiras e Mogi das Cruzes, respectivamente, e duelaram entre si no Estadual nessa data.